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Altair Rossato, da Deloitte: “a dor do empresário é ser produtivo”

Altair Rossato, CEO da Deloitte, afirma que empresas brasileiras continuam atrativas, mas é preciso acirrar competitividade

Isabella Lessa
1 de outubro de 2020 - 19h16

Altair Rossato, CEO da Deloitte Crédito: (Edu Lopes)

Na avaliação de Altair Rossato, CEO da Deloitte, o Brasil está em um cenário melhor do que se poderia imaginar, especialmente em relação há seis meses, quando teve início a pandemia no País.

Em entrevista a Jonas Furtado, diretor de conteúdo do Meio & Mensagem, o executivo confessou ser otimista por natureza, mas que fez um exercício para ser o mais realista possível diante das incertezas impostas pela crise. Hoje, ele aposta em uma recuperação econômica em V, considerando, sobretudo, a capacidade de adaptação do empresariado brasileiro. Depois do que classifica como uma demorada e severa recessão, Altair observou que, embora projetos curtos tenham sido adiados, as empresas deram continuidade a projetos de longa duração, que requerem investimentos constantes.

No entanto, o fator confiança para 2021 ainda depende de como o consumo vai reagir no final deste ano, afirmou o executivo. Segmentos como alimentos e bebidas, tecnologia, telecomunicações, automóveis de luxo e construção passaram por uma melhora ao longo da crise – ele notou que normalmente, o consumo mais básico vem primeiro e, desta vez, a construção veio antes. Este fato atípico impõe mais imprevisibilidade para os próximos meses e o momento é de observação. Para que estes segmentos retornem a um patamar pré-Covid-19, Altair mencionou três pontos a serem endereçados: análise de capacidade de caixa, que passou a ser mais importante para fazer investimentos necessários para a cadeia de suprimentos; captação de recursos mais baratos que viabilizem o serviço e o entendimento ao cliente; habilidade de consolidação de alguns segmentos, como governança e compliance, para ter um melhor acesso ao crédito. “São fatores bem monitorados pelos gestores e que farão a diferença para a recuperação de 2021”, comentou.

Mesmo os setores que estão em vantagem precisarão elevar suas capacidades de transformação no digital e na inovação, segundo Altair. Isso passa, por exemplo, por cadeias de suprimento e modelos de precificação, fundamentais para o entendimento rápido sobre o que o cliente espera em relação ao produto em termos de preço e condições de entrega. De maneira geral, essa abordagem precisa ser mais ágil e estratégica.

Na visão de Altair, as empresas continuam atrativas, mas precisam buscar competitividade mais acirrada em custo, inovação e competitividade. Este último fator não diz respeito somente às taxas de câmbio para competir lá fora, mas também à concorrência interna: neste quesito, um olhar mais provocativo do gestor junto à equipe se faz necessário. “A dor do empresário brasileiro hoje é ser produtivo. Primeiro ser economicamente viável e a equação tributária é um componente que pesa muito, óbvio. É preciso de algumas reformas para viabilizar investimentos. O brasileiro precisa de escala, senão as empresas não conseguem ser rentáveis”, explicou. O momento, no entanto, é favorável e ele espera um recorde de IPOs em 2020, até mesmo para médias empresas. A produtividade também pode ganhar robustez por meio da inovação – que nem sempre diz respeito ao digital, muito menos à complexidade, ressaltou. Porém, é preciso que o CEO saiba tangibilizar essa inovação dentro de seu negócio.

O executivo salientou a importância da combinação entre capacidades técnicas e soft skills, com ênfase em humanização da comunicação dos líderes — caminho para inspirar e, consequentemente, capacitar pessoas. Por fim, sob a ótica do consumidor, embora tenha observado um esforço dos CEOs em entender o cliente, observou que é algo que exigirá ainda mais dedicação daqui para a frente, por se tratar de uma questão não tão simples de ser decodificada: quem é este novo cliente e como entender a cadeia de suprimentos.

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