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DJ conta como inverteu seu propósito de carreira de sucesso material para conquistas sociais e como leva as marcas junto nas transformações
Thaís Monteiro
7 de outubro de 2021 - 20h53
O maior DJ do Brasil não se importa com charts ou estratégias de adaptação aos movimentos constantes das métricas da indústria fonográfica. Nos últimos anos, o propósito de Alok se tornou outro: transformar realidades sociais através da sua profissão enquanto artista. Nessa jornada, ele conduz as marcas junto com ele e foi contando esse processo que o DJ encerrou a programação do Maximidia 2021.
Até alguns anos atrás, ser um agente social não era a medida do sucesso para Alok. Na verdade, sucesso para ele era ter carros de luxo e bens materiais. Ao atingir esse apogeu, ele se percebeu vazio e sozinho. Então, foi passar uma semana em uma tribo indígena, com quem conheceu outro modo de fazer música, mas com o propósito de se conectar com a natureza e curar. “O sucesso é muito subjetivo. Ressignifiquei os valores, conexões com a natureza. Eu senti que eu era um grande miserável porque eu estava fazendo música para bater a fórmula da música, e eles estavam fazendo música para curar”, contou.
Essa e outros aprendizados que teve visitando grupos passando fome em países do continente africano, o fez entender que quem abandonou tais pessoas e a natureza não foi Deus, e sim a sociedade como um todo. A partir dessas experiências, o DJ assumiu para si a função de instrumento para gerar transformação.
Como até então fazia músicas de outras línguas e não português, Alok passou a se conectar com artistas nacionais para criar músicas que falassem com o público brasileiro. Algumas de suas produções atuais falam sobre o consumo de crack e denunciam a violência contra a mulher. Os artistas com os quais ele colabora e os meios onde está também são estrategicamente pensados para se conectar com a geração mais nova, que não está na televisão, e sim consumindo do próprio ecossistema do digital.
Seu próximo projeto musical, “Futuro Ancestral”, tem trabalhos feitos com tribos indígenas. O intuito dessa iniciativa, especificamente, tem o objetivo de ressignificar a ideia de futuro apocalíptico em voga para trabalhar soluções que tornem a sociedade mais integrada com a natureza e usando a tecnologia para esse propósito.
“Inovar não precisa ser criar algo novo, pode ser trazer mentalidade para algo que deu certo atrás”, disse. “Tem uma agenda muito importante global. Eu quero usar meu trabalho para acessar isso e trazer um pouco de transformação. Eu nunca vou fazer isso sozinho, nós podemos”, afirmou.
É nesse ponto que as marcas entram na vida de Alok. Ele não se une a projetos de curto prazo, porque gosta de contribuir com ideias e projetos. Além disso, confessou que, se a marca busca resultado, ele não pode ajudar. “Minhas parcerias vão para um âmbito institucional porque eu quero cocriar junto. Não é porque a marca não fez algo social ainda que eu não vou me conectar. Quando a marca chega para mim para fazer uma venda de produto, quer métrica e quer resultado, eu digo que Eu nunca vou suprir essas métricas, mas eu vou ficar firme no que eu acredito e eu acredito que eu posso contribuir”, contou. “As marcas tem uma influência gigantesca sobre a forma de consumo. É muito importante quando as marcas estão interessadas nesses pilares”, complementou.
Outro campo de interesse do DJ e ao qual ele também conseguiu atrelar transformação social foi o de games. Sua primeira entrada no universo foi como personagem do Free Fire, jogo mobile que permitiu a democratização maior do acesso a jogos. Como todos os artistas participantes podem escolher um poder para seu personagem, ele elegeu o da cura. Essa escolha trouxe uma nova dinâmica para o jogo e, por isso, seu personagem vendeu muito. Receptor de 50% dos lucros, Alok decidiu reinvestir o dinheiro em comunidades nos países onde o jogo vendeu, incluindo Brasil e Índia.
Ao ver a repercussão do game enquanto negócio, ele decidiu criar seu próprio campeonato com prêmios. O Game Changer teve sua primeira edição em 2020 e tem vagas específica para times indígenas e femininos. Itaú e Trident apoiam a iniciativa.
“As marcas querem entrar mas elas entram de uma forma que a comunidade não abraça muito porque acham que o pessoal quer se apropriar. Quando eles veem marcas abraçando de fato, faz sentido. Eu não me vejo como influencer, porque eu não quero que eu fale e as pessoas consumam. Eu quero que as pessoas se influenciem pelo meus exemplos”, concluiu.
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